26/11/2025
Dr. Carlos Marcelo de Barros

Imagine sentir uma dor de cabeça tão intensa que parece um choque elétrico dentro da cabeça, sempre do mesmo lado, acompanhada de olhos lacrimejando, pálpebra caída e nariz entupido. Muitos pacientes descrevem assim a cefaleia em salvas, mas antes de receberem o diagnóstico correto, passam anos acreditando que sofrem de enxaqueca.
 
A confusão é comum. Ambas causam dor intensa, mas a cefaleia em salvas tem um padrão próprio: crises curtas, de 15 a 180 minutos, que podem ocorrer várias vezes ao dia durante semanas, especialmente à noite. A dor costuma ser localizada ao redor de um olho ou na têmpora e é considerada uma das mais fortes descritas pela medicina.
 
O diagnóstico é clínico e exige atenção. Por ser uma condição menos conhecida, o reconhecimento costuma demorar, e o paciente acaba convivendo com sofrimento desnecessário. A avaliação de um especialista em dor é fundamental para diferenciar a cefaleia em salvas de outros tipos de dor de cabeça e indicar o tratamento adequado.
 
Embora não exista uma cura definitiva, há terapias capazes de controlar as crises e devolver qualidade de vida. Medicamentos específicos, uso de oxigênio puro, bloqueios nervosos e até terapias de neuromodulação são opções que podem reduzir a frequência e a intensidade da dor.
 
Mais do que uma questão física, viver com cefaleia em salvas exige acolhimento e empatia. A dor é real, intensa e merece ser tratada com seriedade. Com o diagnóstico certo e acompanhamento especializado, é possível recuperar o controle da vida e viver com mais conforto e esperança.
 
⚕ Dr. Carlos Marcelo de Barros - CRM/MG 39.448
Anestesiologia RQE 16.085 / Área de atuação em Dor RQE 42.108 / Medicina Paliativa RQE 47.014
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